Para muita gente, a ideia de “trabalhar de qualquer lugar” deixou de ser só conversa de rede social e virou meta concreta de vida: trocar o trânsito da grande cidade por um cenário de mar, verde e rotinas mais leves, sem abrir mão da carreira. Floripa, a famosa “ilha da magia”, encaixa exatamente esse desejo, somando infraestrutura de capital, clima de cidade média e um conjunto quase indecente de praias, trilhas e programas ao ar livre.
Nos últimos anos, a cidade deixou de ser apenas um destino de férias de verão para entrar no mapa de quem busca um lugar para viver, ou pelo menos passar temporadas, com home office, qualidade de vida e uma vida noturna que não se limita ao réveillon. Em vez de “ir passar uma semana em Floripa”, cada vez mais gente está indo para “passar um mês, três meses, seis meses” — e descobrindo um cotidiano que mistura planilha, reunião no Zoom, pôr do sol na lagoa e jantar com frutos do mar.
Nômades digitais, remotos e “semi-mudanças”: quem é essa galera que está chegando
O público que escolhe Floripa para trabalhar remotamente é uma mistura curiosa:
- profissionais CLT que têm opção de trabalho híbrido e passam períodos mais longos fora da cidade de origem
- freelancers e autônomos que já não dependem de escritório físico
- nômades digitais “full mode”, que mudam de cidade a cada mês ou a cada estação do ano
Gente de tecnologia, marketing, design, audiovisual, conteúdo, programação, consultoria, educação online, finanças: a lista de profissões que cabem na mochila e no notebook só aumenta. O que todos têm em comum é a busca por mais autonomia sobre o próprio tempo e lugar, e um olhar mais crítico sobre o custo emocional de viver longe da natureza, da luz do dia e de espaços que convidam a sair de casa.
Em Floripa, esse público encontra algo raro: uma capital com aeroporto internacional, rede de serviços robusta, boa conectividade de internet e, ao mesmo tempo, bairros com cara de vila de praia, trilhas praticamente “no quintal” e uma cultura local que ainda preserva jeitos de interior em vários cantos da ilha.

“Escritório na praia”: como é um dia típico de home office na ilha
Um dia comum na rotina de quem escolhe Floripa para trabalhar remoto pode começar em um apartamento simples na Lagoa da Conceição, com o som dos pássaros e das marolas ao fundo, café passado na hora e o notebook aberto na mesa com vista para o verde.
De manhã, a cena se repete em vários pontos:
- gente abrindo o computador em coworkings no Centro, na Trindade, na Lagoa ou nos bairros do Norte da ilha
- freelancers que ocupam mesas nos cafés com wi‑fi forte, tomadas em cada canto e cardápios pensados para quem passa horas ali
- equipes remotas que se encontram alguns dias por mês em espaços compartilhados para alinhar projetos e, depois, seguem a rotina de trabalho cada um em seu canto da ilha
Entre uma reunião e outra, dá para encaixar uma caminhada rápida pela orla da Beira‑Mar Norte, um mergulho na praia mais próxima, uma corrida leve na orla da Lagoa, um almoço com peixe fresco no Mercado Público ou um prato de sequência de camarão em um restaurante tradicional.
No fim do expediente, o happy hour dificilmente é dentro de shopping: pode ser ver o pôr do sol na Lagoa, encontrar amigos em um bar pé na areia, subir uma trilha curta para um mirante ou simplesmente caminhar na areia, descalço, para “desligar” do modo trabalho.

Coworkings, cafés e internet: Floripa pensada para quem precisa produzir
Se antes a pergunta era “será que dá para trabalhar direito na praia?”, hoje o cenário é outro: Floripa vem construindo um ecossistema inteiro preparado para quem depende de boa conexão e ambientes adequados para o foco.
A cidade conta com:
- rede variada de coworkings no Centro, na região continental e em vários bairros da ilha (como Lagoa, Itacorubi, Campeche e Norte), com infraestrutura de escritório, salas de reunião, cabines para call e espaços de convivência
- muitos cafés adaptados ao público remoto, que oferecem mesas amplas, tomadas, wi‑fi estável e cardápios pensados para quem fica o dia inteiro trabalhando fora de casa
- hotéis, pousadas, hostels e flats já preparados para long stay, oferecendo estações de trabalho, boas cadeiras, internet reforçada e até parcerias com espaços de coworking
Além disso, a cidade se destaca nos indicadores de conectividade, com boa cobertura de 4G e expansão do 5G, o que facilita trabalhar de casa, da hospedagem ou até de locais ao ar livre, quando o tipo de tarefa permite. Para quem vive de videochamadas, upload de arquivos e sistemas na nuvem, isso deixa de ser luxo e vira pré‑requisito.
Do expediente para a trilha: natureza como parte da rotina
Um dos grandes diferenciais de Floripa para quem quer “viver e não só visitar” é a forma como a natureza entra no dia a dia. As mais de 40 praias da cidade não estão apenas no roteiro de fim de semana: elas fazem parte do cenário cotidiano.
É possível:
- começar o dia com uma caminhada na areia antes do expediente
- fazer uma pausa de almoço que inclui um banho de mar rápido
- emendar o final do dia com uma trilha de uma ou duas horas, chegando em mirantes com vistas abertas para o oceano ou para as lagoas
Lugares como Lagoa da Conceição, Praia Mole, Joaquina, Campeche, Barra da Lagoa, Santinho e Ingleses acabam ganhando uma nova função: deixam de ser só pontos turísticos e se transformam em “academia a céu aberto”, ponto de encontro e válvula de escape para quem passa o dia inteiro conectado.
Para quem vem de grandes metrópoles, essa possibilidade de reorganizar o dia em torno da luz natural e dos espaços abertos costuma ser um choque positivo. O corpo desacelera, o stress diminui, e até a relação com o trabalho muda quando a recompensa imediata é ver o mar no fim da tarde.

Vida noturna: bares, música e encontros que não são só de turista
Se a rotina de segunda a sexta pode ser de foco, a noite em Floripa ainda garante a fama de “ilha da magia”. Bares, casas noturnas, festas de praia, shows e eventos culturais ajudam a quebrar a ideia de que cidade boa para trabalhar remoto é, necessariamente, “parada”.
Na Lagoa da Conceição, a sequência de bares, restaurantes e casas de show garante movimento praticamente o ano inteiro, com públicos bem misturados: moradores antigos, estudantes, surfistas, nômades digitais, casais, grupos de amigos. Em bairros como Centro, Itacorubi, Trindade e Norte da ilha, a oferta de pubs, cervejarias, espaços de música ao vivo e eventos de rua complementa o cardápio.
Essa vida noturna mais estruturada é um atrativo para quem não quer apenas “fugir para o mato”, mas manter um mínimo de vida social, networking, encontros presenciais e sensação de cidade pulsando. É comum ver grupos de coworkers e remotos combinando “épocas em Floripa” para trabalhar juntos de dia e explorar bares, festas e shows à noite.
Infraestrutura de cidade grande, ritmo de cidade média
Parte do apelo de Floripa está no equilíbrio delicado entre ser capital de estado e, ao mesmo tempo, preservar ares de cidade média, com bairros que parecem vilas independentes, cada um com seu centrinho, igreja, mercadinho, açougue, padaria, mar na frente ou morro ao lado.
A cidade conta com:
- aeroporto internacional em expansão, com novas rotas nacionais e internacionais em alta temporada
- rede de saúde pública e privada em crescimento, incluindo serviços de teleatendimento para casos não emergenciais
- universidades, centros de inovação, parques tecnológicos e hubs de startups
- comércio diversificado, shoppings, serviços de entrega, aplicativos de transporte e tudo o que se espera de uma capital moderna
Na prática, isso quer dizer que é possível viver em um bairro tranquilo no Sul da ilha, com mar e natureza por todos os lados, e em 30 a 40 minutos estar em um evento de negócios no CentroSul, em uma reunião presencial na região central ou em um encontro de comunidade tech em algum hub de inovação.

Bleisure: quando a viagem a trabalho vira desculpa para ficar mais
Além da galera que se muda ou passa temporadas, há um outro movimento forte em Floripa: quem vem primeiro por evento, reunião ou missão de trabalho e resolve emendar alguns dias a mais para curtir a cidade.
Essa combinação de business + leisure (o famoso bleisure) cresce à medida que:
- empresas flexibilizam as datas de ida e volta de viagens corporativas
- eventos passam a oferecer experiências paralelas de destino (passeios, trilhas, city tours, experiências gastronômicas)
- profissionais percebem que podem esticar o fim de semana ou ficar mais alguns dias trabalhando remoto direto da cidade
Para Floripa, isso significa um fluxo mais distribuído ao longo do ano, menos dependente só de férias de verão e mais ligado a congressos, feiras, festivais de inovação, encontros de comunidades e agendas de trabalho que naturalmente puxam o lazer junto.
O lado B: nem tudo são flores (nem ondas perfeitas)
Viver e trabalhar em uma ilha turística também tem desafios — e quem pensa em passar mais do que alguns dias por lá precisa levar isso em conta.
Entre os pontos de atenção estão:
- trânsito pesado nos meses de alta temporada, sobretudo em acessos a praias do Norte e Leste da ilha
- custo de vida mais alto em comparação a muitas cidades do interior, especialmente em aluguel, alimentação fora de casa e serviços em áreas mais turísticas
- necessidade de planejar bem onde morar ou se hospedar para não passar horas por dia no deslocamento entre casa, praia, coworking e compromissos
Além disso, como qualquer destino que se torna “queridinho”, Floripa enfrenta o desafio de equilibrar crescimento do turismo e chegada de novos moradores com qualidade de vida da população local, preservação ambiental e acesso justo a moradia e serviços.

Para quem é essa “ilha do home office com pé na areia”?
Floripa tende a funcionar melhor para:
- quem pode trabalhar de forma remota total ou parcial e tem alguma flexibilidade de horário
- profissionais que valorizam natureza, ar livre, esporte, gastronomia local e uma vida social mais descontraída
- pessoas dispostas a adaptar expectativas: viver em ilha é diferente de viver em metrópole, com outros tempos, dinâmicas e, às vezes, limitações
Para quem encaixa nesse perfil, a cidade entrega o que o título promete: um lugar onde home office, pé na areia e vida noturna realmente se encontram. Não é só passar férias. É testar um jeito de viver em que praia, trabalho, amigos e tempo de qualidade disputam o mesmo CEP — e, muitas vezes, o mesmo bairro.





